quarta-feira, 27 de novembro de 2013



Onde foi parar sua alegria?

:: Izabel Telles ::


Meu querido amigo,
Ontem naquele almoço de aniversário em que nos reencontramos não gostei nada do que vi.
Olhei você de longe e mais parecia uma planta murcha dependurada num vaso cuja terra estava seca e sem vida.
Todos riam e brindavam à aniversariante e só você se mantinha mudo e retorcido sobre a cadeira emanando uma energia de abandono, tristeza, medo e encolhimento.
Não pude deixar de sentir um nó no meu peito. Sim, porque não era esta a imagem que havia guardado de você dos nossos tempos de colégio.
Lembro-me de vê-lo cercado pela turma, nos intervalos das aulas segurando seu violão contra o peito e tocando de uma forma vigorosa e firme. Todos ficavam um pouco hipnotizados vendo seus dedos correrem ligeirinho pelas cordas, enquanto apertava seus lábios entre os dentes e fechava um pouco os olhos como se estivesse viajando dentro das notas musicais.
Onde anda seu violão?
Quantas vezes fui à sua casa e você ainda não tinha chegado da natação e quando abria a porta eu gostava de ver aqueles ombros largos recebendo alguns pingos de água que teimavam ainda em escorrer dos seus cabelos. A endorfina que seu corpo fabricava durante o exercício vinha refletida no seu sorriso largo. E a gente ia pro seu quarto e conversava até altas horas enquanto você dedilhava seu violão e falava ao telefone com seus amigos e amigas que, como você, estudavam pintura com aquele artista mega-talentoso. Sabe que eu morria de inveja de vocês?
Onde estão suas telas? Seus desenhos? E a natação?
E sua bicicleta? Ninguém saltava mais alto e fazia curvas em uma roda como você. Lembra as ruas do Morumbi? Você saia disparado por elas e trocava a bique pelo skate e despencava aquelas lombadas sibilando as rodinhas de aço no asfalto já marcado de tanto que a turma passava por aquele caminho.
Onde estão sua bicicleta e seu skate?
Outro dia andando na Rua da Consolação vi um cão como o que você tinha. E, naquele momento, veio à minha mente a imagem da gente brincando com ele no sítio do seu pai. Jogávamos uma pinha e ele saia correndo atrás e punha de volta na nossa mão. E quando a gente queria se jogar nas redes do terraço para dormir, ele vinha com a pinha e ficava raspando a pinha no chão pra acordar a gente e sair brincando de novo. Você falava uns palavrões pra ele e ele latia como se fosse sua mãe brava cada vez que você usava uma linguagem menos requintada.
Onde está o cão?

Eu também mudei. Sei que todos mudamos. E não foi pouco. Tivemos que ir pro mundo e batalhar o pão de cada dia. Casamos, parimos filhos e a realidade mudou muito. Já não somos mais inocentes. Já não temos mais a casa dos nossos pais ou avós onde o mundo sempre foi (e sempre será) uma ilha de descanso e aconchego. Estamos sós, nus, encarando o mundo frio que está com o pé da nossa cara.
E agora o que fazer?
O que fazer, cara?
Dar risada, levar tudo isso com menos seriedade e rigor, olhar com distância e criar o nosso mundo particular. E esse sim, pode ser mais colorido e mais quentinho.
Olha primeiro para você e ergue este corpo caído e sem vida. Olha pros teus filhos e pense no exemplo que está dando a eles. Se nosso mundo não foi exatamente como planejamos, não vamos estragar o projeto do mundo deles com pessimismo e desalento.
Afasta esta nuvem negra que cobre sua vida e deixa o sol entrar de novo no seu coração. Como diz o poema: toma mais sorvete e menos sopa, salta de pára-quedas, anda na chuva, solta pipa, liga pro seu pai e diz a ele que, apesar das diferenças, ele é seu pai; perdoa tua mãe por ela ter te deixado sozinho no berçário depois de você ter morado dentro dela por quase um ano. E constrói a sua vida do jeito que você acha que ela deve ser. Ensina novos valores pros teus filhos, ama profundamente a tua companheira por ela estar ainda do teu lado, agüentar suas crises de mau humor e raiva e muda o lado do disco da tua música emocional. E quer saber de mais uma coisa? Nada é mais importante do que construir uma família sólida, saudável, feliz. Esta é a grande vingança contra o descontrole que assola o mundo!
Conto com sua força nesta escalada rumo à felicidade.
Juro por Deus que nunca mais quero te ver se for para topar com este cara morto/vivo que senta numa cadeira e só levanta para ir embora. Pense imediatamente em voltar a participar da festa!
Conto com isso. E, claro, também com seu violão, sua arte, sua bicicleta e seu cão.
E você pode contar comigo. Também venho de uma genética suicida, triste e infeliz. Mas jurei desde pequeno que daria a volta por cima e que iria mudar o meu padrão familiar. Por isso às vezes as pessoas me acham meio pateta porque não estou nem aí com os filósofos do apocalipse e vou pra praia ver o pôr-do-sol. E ainda me emociono com a desova das tartarugas ou a dança dos golfinhos. E choro quando vejo uma face de Deus na cara de um clarinetista que toca nalguma orquestra de algum país do mundo que aposta forte na arte como forma de redenção.
Hoje em dia tenho aplicado meu tempo em criar alguns exercícios para fazer com a imaginação. Vou deixar um aqui se você quiser experimentar. Mas, se fizer, faça por, no mínimo, três meses ao acordar e antes de deitar.
E fica bem. Na alegria e na certeza de que a oração também tem poder de trazer luz e paz às nossas vidas. Portanto, acredite ou não, rezar ajuda muito. Crie suas orações e lembre-se do velhíssimo ditado: mente sã em corpo são. Portanto, malha seu corpo até sentir que ele está integrado à sua mente. E chama seu Grande Espírito para acender o pavio desta vela que é a vida de cada um. Cara, a gente nasceu para brilhar!

E aqui vai o exercício:

Saindo da nuvem negra

Sente como se fosse trabalhar. Respire como se fosse relaxar e feche os olhos para imaginar.
E imagine que você está dentro de uma nuvem negra. E aceite esta imagem como a expressão do seu mau humor, revolta, pessimismo, tristeza e desesperança. Respire uma vez e dê cinco passos à frente e veja esta nuvem mudando de negra para cinza, de cinza para branco e de branco para luz. Então saia deste lugar como quem sai de uma porta e imagine na sua frente o mundo perfeito que sempre sonhou criar. Crie este mundo, entre neste mundo e sabendo que pensamentos se transformam em realidade, acredite que tudo muda, se você quiser.

Sentindo-se renovado, respire e abra os olhos.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013



ADOREI AS ALMAS!

            Quando falamos em Preto-Velho, nos vêm à mente quatro palavras básicas: Calma, Sabedoria, Humildade e Caridade.
            Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potências européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objeto de venda e trabalho.
            Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: Chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerras. Também corrompiam chefes de tribos, induzindo-os à guerra e trazendo-os como escravos os que eram vencidos.
            No Brasil, em princípio, os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.
            Para a África, o tráfico negreiro custou caro: em 4 séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 milhões de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.
            Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da Colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar 10 anos.
            Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não ser trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.
            O que restava ao negro africano no Brasil era a sua fé, e era em seus cultos que ele resistia , como um ritual de liberdade, protesto e reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.
            Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na casa grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das Leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referência para os mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e sua religião.


Fonte: Luz de Umbanda

sexta-feira, 22 de novembro de 2013


A Evolução

Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação, ao desequilíbrio.
Mantém-te sereno em todas as realizações. A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar fora por motivos irrelevantes.
Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a pessoa.
Tua serenidade, tua gema preciosa.
Diante de quem te enganou, traindo a tua confiança o teu ideal, ou envolvendo-te em malquerença mantém-te sereno. O enganador é quem deve estar inquieto e não a sua vítima.
Nunca te permitas demonstrar que foste atingido pelo petardo da maldade alheia. No teu círculo familiar ou social sempre defrontarás com pessoas perturbadas, confusas e agressivas.
Não te desgastes com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em que se fixam. Constituem teste à tua paciência e serenidade.
Assim, exercita-te com essas situações para, mais seguro, enfrentares os grandes testemunhos e provações do processo evolutivo. Sempre, porém, com serenidade.
Autor: Joanna de Ângelis 
Psicografia de Divaldo Franco


quarta-feira, 20 de novembro de 2013



HUMILDADE

Humildade vem do húmus da terra,
A terra que é o pilar universal,
E que sustenta toda a existência conhecida.
Humildade é a magna virtude humana,
Que serve de suporte e solidez a todas as outras.
Coloque-se acima dos outros,
E a vida se encarregará de tombá-lo,
Do alto de sua soberba, machucando-se no chão.
O orgulho é a marca do homem ignorante!
Quanto maior a ignorância, maior a arrogância.
Os pilares fincados sobre a ilusão,
São os primeiros a desmoronar.
Não te creias melhor que os demais,
Pois, dessa forma, tornarás tua inferioridade mais nítida.
Por que o mar é tão extenso e vasto?
Por que ele consegue se colocar
Apenas alguns centímetros abaixo da terra.
A semente, que se perde abaixo do solo,
Com o tempo se desabrocha numa estonteante flor…
Tudo aquilo que sobe,
A gravidade traz novamente à terra.
Assim faz a vida com o homem orgulhoso,
Que se coloca acima dos demais,
E logo esmorece e queda-se no chão.
Tu não precisas provar coisa alguma a alguém,
Nem contar vantagem pela tua pequena obra humana.
Neste mundo és um fragmento mínimo de grama,
No oceano infinito da existência universal.
Aceita a realidade das tuas imperfeições e limites,
Só assim poderás conhecer-te e melhorar-te.
Só quem encara sua própria sombra,
Pode lançar uma luz e dissolver vastas trevas.
Mas cuidado: não queiras vangloriar-se de tua humildade,
Ou parecer modesto aos olhos de outros;
Os holofotes sobre a humildade retiram-lhe todo o valor.
O humilde não faz alarde sobre si mesmo,
Nem enaltece sua modéstia.
Aja no anonimato, sem qualquer propaganda,
Assim teu coração estará em paz,
E essa será tua recompensa.
O que é do ego, se corrompe com o tempo;
O que é da humildade, se torna perene em espírito.
És herdeiro do cosmos, e não filho do orgulho,
Tua herança é o infinito…
Para que mendigar pelas migalhas da matéria perecível?
O orgulhoso enxerga o cosmos com sua irrisória lente,
E mensura o ilimitado com sua diminuta reguinha.
O homem embriagado em prepotência,
Fecha os olhos para seus erros e manchas internas.
Não sucumbas ao orgulho inebriante,
Ele debilita tua vida e rouba tuas energias.
Destruir-te-ás tentando apoiar-se em nada,
E te consumirás em prantos ao descobrir o vazio que te restou.
Jamais terás, neste mundo, o poder total de tudo abraçar.
Viva, pois, na simplicidade do teu recanto,
Que pode não abrigar infindáveis encantos ao teu ego,
Mas guarda uma pérola, de inestimável valor,
Escondida há eras imorredouras,
Que é teu verdadeiro ser,
Oculto nas penumbras da eternidade.

Autor: Hugo Lapa 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013



"O que eu tenho não me pertence, embora faça parte de mim. 
Tudo o que sou me foi um dia emprestado pelo Criador para que eu possa dividir com aqueles que entram na minha vida.
Ninguém cruza nosso caminho por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão. 

Há muito o que dar e o que receber; há muito o que aprender, com experiências boas ou negativas. 
Tente ver as coisas negativas que acontecem com você como algo que aconteceu por uma razão precisa.
E não se lamente pelo ocorrido; além de não servir de nada reclamar, isso vai te vendar os olhos, dificultando assim, continuar seu caminho.
Quando não conseguimos tirar da cabeça que alguém nos feriu, estamos somente reavivando a ferida, tornando-a muitas vezes bem maior do que era no início. 

Nem sempre as pessoas nos ferem voluntariamente. 
Muitas vezes somos nós que nos sentimos feridos e a pessoa nem mesmo percebeu; e nos sentimos decepcionados porque aquela pessoa não correspondeu às nossas expectativas. 
E sabemos lá quais eram as nossas expectativas? 
Decepcionamo-nos e decepcionamos outras pessoas também. Mas, claro, é bem mais fácil pensar nas coisas que nos atingem. 
Quando alguém te disser que te magoou sem intenção, acredite nela! Vai te fazer bem.
Assim, talvez, ela poderá entender quando você, sinceramente, disser que "foi sem querer". 

Dê de você mesmo o quanto puder! 
Sabe, quando você se for, a única coisa que vai deixar é a lembrança do que fez aqui. 
Seja bom, tente dar sempre o primeiro passo para a reconciliação, nunca negue uma ajuda ao seu alcance, perdoe e dê de você mesmo. 
Seja uma bênção a todos que o cercam!"

Chico Xavier

quinta-feira, 14 de novembro de 2013



15 de Novembro - Dia Nacional da Umbanda

Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
do Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibeijada, o nirvana do Indu e o céu dos Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia
Caboclo e do Exu, o cigarro da Pomba-Gira e o doce do Ibejê.
Sou gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Tranca-Rua.
desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfu
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e de Cambinda; a traquinada de Mariazinha da Praia e a sabedoria de Urubatão.
Sou o fluído que s
eme suave do incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores. Sou livre. Não tenho Papas. Sou determinada e forte.
Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.
a, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças est
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento. Estão nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar, na pemba, na tuia, no mandala do ponto riscado. Estão finalmente na tua cren
ção em ti, no teu interior, lá no fundo na última partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador. Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida. Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.

Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança.
Sou a cura. Sou de ti. Sou de Deus. Sou Umbanda.
Só isso. Sou Umbanda!!!

terça-feira, 12 de novembro de 2013



Acredite mais em você! 


Quando você acreditar mais e não ficar se questionando as coisas vão andar. 
Não desista daquilo que você quer! 
Desistir? 
Isso é coisa de fraco. 
Seja um guerreiro! 
Você tem uma força dentro de você. 
Se você permitir essa força te vai orientar. 
Para isso acontecer você tem de estar em equilíbrio. 
Vá a um ponto de força, aquele que se identificar mais com você.
O mar, a mata, o rio...
Sente-se e ouça a envolvente energia e se deixe levar... 
Você se vai sentir melhor! Isso ajuda a se equilibrar. 

Ouça mais o seu coração!! Ele lhe dá a resposta que você tanto quer.
Pense , reflita e entenda bem... 

Muitas as vezes nós queremos as coisas do nosso jeito e não do jeito da realidade. 

E as vezes as coisas estão do nosso lado e nós não as vemos...
Muita luz e axé!


Blog Luz de Umbanda


Motumbá Axé a todos!

Mariene de Castro - Ponto de Nanã

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Lições de Preto-velho
Autor: José Queid Tufaile

Cenário: reunião mediúnica num Centro Espírita. A reunião na sua fase teórica desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Os membros da seleta assistência ouvem a lição atentamente. Sobre a mesa, a água a ser fluidificada e o Evangelho aberto na lição nona do capítulo dez: "O Argueiro e a trave no olho".
Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos, tecia as últimas considerações a respeito da lição daquela noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras do Mestre: "Por que vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?". Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que se desse abertura à comunicação dos Espíritos.
Um dos presentes fez a prece e deu-se início às manifestações mediúnicas. Pequenas mensagens, de consolo e de apoio, foram dadas aos presentes. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação das entidades não habituais e para os Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia, moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrendo-lhe o corpo. Nunca, nas suas experiências de intercâmbio, tinha sentido coisa parecida. Tomada por uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi "dominada" por um Espírito. Letícia nunca tinha visto tal coisa: estava consciente, mas seus pensamentos mantinham-se sob o controle da entidade, que tinha completo domínio da sua psiquê.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus:
- Seja bem vindo, irmão, nesta Casa de Caridade, disse-lhe
Dr. Anestor.
O Espírito respondeu:
"Zi-boa noite, zi-fio. Suncê me dá licença pra eu me aproximá de seus trabaios, fio?".
- Claro, meu companheiro, nosso Centro Espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor dos trabalhos.
Os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se em terreiros de Umbanda. A entidade comunicante continuou:
"Vós mecê não tem aí uma cachaçinha pra eu bebê, Zi-Fio ?".
- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz de terreiros, o de beber bebidas alcoólicas. O Espírito precisa evoluir, continuou o dirigente.
"Vós mecê não tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio".
- Ora, irmão, você deve deixar o hábito adquirido nas sessões de Umbanda, se queres progredir. Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
"Zi-preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos que aqui estão, não faz uso do cigarro lá fora, Zi-fio? Suncê mesmo, não toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que bebe whisky, no fim de sumana, do meu Espírito que quer beber aqui? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê queima na rua, daquele que eu quero pitá aqui dentro?".
O dirigente não pôde explicar, mas ainda tentou arriscar:
- Ora, meu irmão, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar o trabalho de Jesus.
O Espírito do preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:
"Caro dirigente, na Escola Espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais Centro Espírita. Para nós, estudiosos da alma, o verdadeiro templo é o templo do Espírito, e é ele que não deve ser profanado com o uso do álcool e fumo, como vem sendo feito pelos senhores. O exemplo que tens dado à sociedade, perante estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é que é fundamental na vida de quem quer ensinar".
Houve profundo silêncio diante de argumentos tão seguros. Pouco depois, o Espírito continuou:
"Desculpem a visita que fiz hoje e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para o lugar de onde vim, mas antes queria deixar a vocês um conselho: que tomassem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Senhor, tem gente "coando mosquito e engolindo camelo". Cuidado, irmãos, muito cuidado. Deixo a todos um pouco da paz que vem de Deus, com meus sinceros votos de progresso a todos que militam nesta respeitável Seara".
Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível. O dirigente ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma". Não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição: lição para os confrades meditarem.


TRANQÜILIDADE

1. Comece o dia na luz da Oração.
O amor de Deus nunca falha.

2. Aceite qualquer dificuldade sem discutir.
Hoje é o tempo de fazer o melhor.

3. Trabalhe com alegria.
O preguiçoso, ainda mesmo quando se mostre num pedestal de ouro maciço, é um cadáver que pensa.

4. Faça o bem o quanto possa.
Cada criatura transita entre as próprias criações.

5. Valorize os minutos.
Tudo volta, com exceção da hora perdida.

6. Aprenda a obedecer no culto das próprias obrigações.
Se você não acredita na disciplina, observe um carro sem freio.

7. Estime a simplicidade.
O luxo é o mausoléu dos que se avizinham da morte.

8. Perdoe sem condições.
Irritar-se é o melhor processo de perder.

9. Use a gentileza, mas, de modo especial dentro da própria casa.
Experimente atender os familiares como você trata as visitas.

10. Em favor de sua paz conserve fidelidade a si mesmo.
Lembre-se de que, no dia do Calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos crucificadores, mas o Cristo, solitário e vencido, era a causa de Deus.

Espírito: ANDRÉ LUIZ
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "O Espírito da Verdade" - EDIÇÃO FEB

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

É uma grande honra tê-los caminhando conosco!
Motumbá Axé!




"Pai Nosso dos Umbandistas" 

Pai nosso que estais no céu, nas matas, nos mares e em todos os mundos habitados.
 
Santificado seja teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos.

Que o teu Reino do Amor e da Fraternidade, nos una a todos e a tudo que criastes, em torno da sagrada cruz, aos pés do divino salvador e redentor.
 
Que a tua vontade nos conduza sempre para o caminho do amor e da caridade.
 
Daí-nos hoje o pão do corpo o fruto das matas e a água das fontes para o nosso sustento material e espiritual.
 
Perdoa, se merecermos, as nossas faltas e dão sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam.

Não nos deixei sucumbir, ante a luta, dissabores, ingratidão, tentação dos maus espíritos e ilusão pecaminosa da matéria.
 
Que assim seja Amém!!!!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013


REFLEXÃO - Porque você está na Umbanda?

"Estou na Umbanda porque estou doente" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não vende Curas, procure um Hospital.

"Estou na Umbanda porque é minha missão" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda assim como a espiritualidade respeita o livre arbítrio, não se sinta obrigado a nada.

"Estou na Umbanda porque estou desempregado" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não vende promessas de prosperidade, pois o ganho material nada soma a espiritualidade, procure uma agência de Empregos.

"Estou na Umbanda porque Minhas Entidades fecharam meus caminhos" - Saia da Umbanda Irmão! Entidade de Umbanda que trabalha na Luz não fecha o caminho de ninguém, muito menos de seu aparelho de ação, aceite suas imperfeições!

"Estou na Umbanda porque Tenho Mediunidade Forte" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não é competição do mais forte ou fraco, mediunidade não tem medida, o que te motiva é a simples vaidade e cegueira por poder, Procure um Circo!

"Estou na Umbanda porque Tenho Karma" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não lhe dará quitação kármica, quem faz isso são suas ações fora da Umbanda, Procure um voluntariado, orfanato, asilo enfim uma forma de ajudar que terá mais êxito.

"Estou na Umbanda porque Pessoas precisam de minha ajuda" - Saia da Umbanda Irmão! Você é apenas mais um médium, você não tem poderes mágicos, na Umbanda só existe tarefeiros e trabalhadores. Você está motivado pelo deslumbramento não pela caridade.

"Estou na Umbanda porque quero prestar a caridade" - Saia da Umbanda. Quem presta a caridade não é você e sim os seus guias através da sua mediunidade. Você é um INSTRUMENTO DA CARIDADE DIVINA.

"Estou na Umbanda em busca de auto conhecimento, de entendimento da minha missão na TERRA enquanto encarnado e usar minha mediunidade em prol do meu progresso e dos que necessitam" - Fique na Umbanda. A mediunidade é uma benção a quem a recebe e a quem se beneficia dela.

Origem: Umbanda Orixas
Adaptação: Alex d'Oxalá....!