segunda-feira, 25 de novembro de 2013



ADOREI AS ALMAS!

            Quando falamos em Preto-Velho, nos vêm à mente quatro palavras básicas: Calma, Sabedoria, Humildade e Caridade.
            Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potências européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objeto de venda e trabalho.
            Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: Chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerras. Também corrompiam chefes de tribos, induzindo-os à guerra e trazendo-os como escravos os que eram vencidos.
            No Brasil, em princípio, os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.
            Para a África, o tráfico negreiro custou caro: em 4 séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 milhões de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.
            Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da Colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar 10 anos.
            Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não ser trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.
            O que restava ao negro africano no Brasil era a sua fé, e era em seus cultos que ele resistia , como um ritual de liberdade, protesto e reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.
            Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na casa grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das Leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referência para os mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e sua religião.


Fonte: Luz de Umbanda

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