ADOREI AS ALMAS!
Quando
falamos em Preto-Velho, nos vêm à mente quatro palavras básicas: Calma, Sabedoria, Humildade e Caridade.
Voltando
no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potências européias
da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas,
transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objeto de venda e
trabalho.
Nesse
mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas
para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: Chegavam surpreendendo a todos na
tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os
negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por
outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos
oriundos de tribos vencidas em guerras. Também corrompiam chefes de tribos,
induzindo-os à guerra e trazendo-os como escravos os que eram vencidos.
No Brasil,
em princípio, os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também
pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses,
Iorubas, Minas e Malés.
Para a
África, o tráfico negreiro custou caro: em 4 séculos foram escravizados e
mortos cerca de 75 milhões de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da
população.
Esses
negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas
famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que
ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da Colônia. O trabalho era tão
árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar 10 anos.
Em troca
de tanto esforço, nada recebiam, a não ser trapos para se vestir e pão para
comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de
fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se,
evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de
engenho.
O que
restava ao negro africano no Brasil era a sua fé, e era em seus cultos que ele
resistia , como um ritual de liberdade, protesto e reação contra a opressão do
branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e
aliviar a dor da escravidão.
Mas,
apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à
nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como
reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na casa grande,
eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria
através de seus senhores ou das Leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com
isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos
Orixás e antepassados, tornando-se referência para os mais jovens, ensinando-lhes
os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar
sua cultura e sua religião.
Fonte: Luz de Umbanda
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